sábado, 7 de janeiro de 2023

Sobre lágrimas

Hoje eu chorei... 

Chorei a morte dos meus amigos como não havia chorado nem nas datas em questão... chorei jogando paciência e ouvindo música no meu fone novo.

Não sei se foi o fone, a música, a saudade ou o jogo... chorei também minhas decepções. Chorei pessoas que foram embora sem explicação, chorei as que ficaram e eu conheço a dor, chorei meu estresse, minhas conquistas, minhas alegrias, minhas insatisfações, minha dor nas costas... chorei meus hormônios, meu sobrepeso, meu trabalho estressante e a falta que faz não estar lá. Chorei minha autoestima, meu amor próprio e minha solidão. Chorei minha falta de fé e minha fé em tudo. Chorei minha alegria de viver, chorei a tristeza também... chorei a chuva que chovia lá fora e me esvaziei... E tá tudo bem.

Parafraseando Poeta em Queda: "Querido céu, hoje eu te vi chorar e também fui dormir chovendo."

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Sobre perdas

 

Eu vivia perdendo coisas... chaves, celulares, dinheiro, cartão de crédito, identidade... perdia sempre que saía, perdia dentro de casa, perdia no caminho pro trabalho. Uma vez perdi um maço de cigarro novinho... isqueiro então? Nem se fala... guarda-chuvas, brincos, pé de meia... sabe quando vc tem uma meia que gosta e só acha um pé? Fico puta! Perdi paciência também,  aliás perco fácil... não sei se é a lua em satanáries ou se é por andar tanto na contramão da sociedade, mas eu sempre deixo ela cair, assim, de repente, sabe? Ih! Perdi! Perdi oportunidades também: de falar, de calar, de me organizar, de fazer dieta, de fazer exercícios, de guardar e de gastar dinheiro, de dizer ou fazer a coisa certa, já perdi o momento... o feeling, sabe? Pois é... perdi! 

Chegou um momento em que me acostumei a perder e fui perdendo... autoestima, motivação,  amor próprio,  vontade... achei que era normal perder... todo mundo perde!

Passei a não mais sentir o desejo de ganhar... e escondi isso de mim mesma, envolvi sob uma manta de "realismo" pra justificar o não merecimento ao qual eu me condenei... lembrei agora do medo que eu tinha de me perder da minha mãe,  de não poder ir onde ela estava...  medo... perda... medo de perder... isso! Acho que desenvolvi medo de perder... perder coisas, perder pessoas e, por falar em pessoas: perdi...😔

De abril de 2018 até setembro de 2022 perdi pessoas   insubstituíveis,  únicas, maravilhosas... ainda não consigo falar delas sem me sentir impotente, injustiçada, sozinha, violada, desolada, mas acho que perda é isso: uma sensação de "não mais", de "já era", de "não adianta"... 

E por mais que você seja centrado,  inteligente ou crente em algo, sempre vai ficar aquela coceirinha que você não consegue alcançar:  "mas por que?" "Porque não deu tempo?" "E se fizesse diferente? Teria perdido?"

É um treco que incomoda, né? Que nem aqueles carrapichos que prendem na roupa e fica pinicando... 

Na verdade eu nem sei porque comecei a escrever sobre isso... só achei que deveria depois de tanto tempo sem arriscar organizar palavras pra falar de mim... mas devo ter perdido o jeito... enfim... perdas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Simples assim

Chega um momento
Em que não queremos mais
Pensar no que sentimos,
Vimos ou vivemos.

Não queremos mais falar,
Amar, lutar ou viver
Porque tudo perdeu o sentido
E não sabemos mais no que crer.

O homem se tornou mau
Porque o amor em seu peito esfriou.
E por ver tantas injustiças,
Injusto seu coração se tornou.

E, em que se torna o homem
Se, duro é seu coração?
Não comete, ele, os mesmos erros
Dos quais acusa o seu irmão?

No que se baseia, então, o homem
Ao medir e julgar o irmão?
No zelo pelas coisas de Deus
Ou num amor de imperfeição?

E, se é amor e não é perfeito,
Podemos chamar de Amor, então?
Não destoaria do Amor sem defeitos
Que deveria habitar no coração?

Amar não é medir ou julgar
É ter misericórdia e compaixão!
É viver pela causa de assumir as consequências
Do Espírito Santo em ação.

Peçamos, portanto, a Jesus
Que entende de dor e de coração,
Porque já teve o próprio perfurado
De onde jorrou sangue e água da salvação,

Que perdoe os nossos pecados
E nos ajude a entender o irmão.
Que Ele destrua as nossas pedras
E nos dê um novo coração.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cordeiros ou lobos?

A vida seria tão mais fácil se cada um fizesse a sua parte e cuidasse da própria santificação... Penso que o homem encontra dificudades de seguir o que Deus quer porque tem a natureza confusa e não consegue entender o simples que Deus É... Muitos anseiam tanto em "falar sobre" que não enxergam a linha tênue que divide o "denunciar" do "falar mal". Outros querem tanto defender que não percebem a diferença entre inocência e ingenuidade.
E tanta gente que ainda não conhece a Deus... E tanta gente foi embora e não sabe voltar... São tantas regras que Deus nunca ditou e tantos discipulos que deveriam pregar o amor e se limitam a querer "fazer descer fogo do céu para para devorá-los"... Será que estamos fazendo o que Deus quer ou queremos que Deus se submeta aos nossos caprichos e às nossas opiniões? Que Deus nos guarde de um coração soberbo, pois esse é o princípio de toda a ruína...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Teoria X Prática

Acho graça dessa gente cheia de teorias a respeito da vida alheia. Gente que não faz idéia do que se passa no coração do outro e cria suas próprias explicações fundadas em coisa alguma com objetivos fúteis: falar mal, criticar e tentar provar pra si mesmo que nunca tomaria aquela atitude, que lhe causou tanto incômodo. Afinal de contas, aquele que critica é infinitamente superior ao criticado e, por mais que eu tente, nunca chegarei a vislumbrar o motivo pelo qual tais críticos ainda não estão no lugar de Deus, já que a perfeição é a sua única característica. 
Deixa eu te contar uma novidade, Senhor Crítico Mor? Ninguém está livre de errar e você já está deixando de ser perfeito quando pensa que pode me fazer engolir os seus pré conceitos e as suas injustiças a respeito de pessoas que você nem conhece, porque se fosse esse o caso, ao invés de discorrer a respeito de assuntos que não são de sua ossada, haveria em você bondade suficiente para se compadecer.
Caramba!!! O que te faz pensar que conhece o coração dos outros? Quem te disse que as suas teorias cabem em qualquer situação? Se você não viveu, não sabe como é! Se você não sofreu, não sabe o quanto doi! Se não vai ajudar, já estará fazendo muito não atrapalhando!
Não estou aqui endossando atitudes erradas, só estou dizendo com base na minha vida, que TODO MUNDO ERRA e, se assim não fosse, a misericórdia de Deus não seria necessária.
Me perdoem a falta de paciência, mas não aguento mais ver o Príncipe à pé e a plebe cavalgando(Martin Valverde), pessoas que se pensam deuses e julgam estar servindo a Deus.
Desculpa aí, mas comigo essa não cola mais.

domingo, 11 de setembro de 2011

Falácias

Acho engraçado pessoas que sismam em pensar que sabem o que é bom pros outros e, enquanto se preocupam com isso, deixam passar a parte mais importante de suas vidas: o momento em que poderiam calar pra deixar Deus falar. Existem tantos se desgraçando por aí, batendo cabeça, tentando reencontrar um sentido pra vida... E, se desgraçando no sentido literal: perdendo a Graça. Enquanto isso, ao invés de tentar resgata-los, perdemos a impagável opurtunidade de calar a boca e, com nossas falácias, lançamos as pessoas pra loge de nós, de nossa comunidade, de Deus, direto nos braços do pecado. Qual foi mesmo a última vez que aquele que se afastou, por qualquer motivo que seja, foi visitado ou recebeu um convite pra cantar/tocar/trabalhar num evento da sua igeja? E quando ele volta, de que forma é acolhido? Com um olhar de reprovação? Com o clássico: "Tá sumido, hein...Quem é vivo sempre aparece..."? O filho pródigo foi recebido com um abraço e, um abraço fala mais do que os besteiróis que ouvi durante os meus 36 anos de idade, sabe o porquê? Num abraço, quem fala é o coração do Pai, ansioso para que o filho volte e participe do banquete da vida. Um abraço que cura...
Vivemos num mundo onde a estética se confunde com bem estar e a aparência parece ser mais importante do que os valores que temos que conservar e que andam se perdendo por aí sem que agente se dê conta. Quando foi mesmo que "amar ao próximo como a si mesmo" passou a significar "amarei ao próximo se ele for o que me agrada"? Desde quando alguém tem que passar por uma "avaliação" pra voltar a estar com seu Deus? E, quem nos fez juiz desse alguém?
Num ambiente perverso, onde o diferente significa errado e os que se dizem religiosos lutam para vencer o pecado, o pecado acaba vencendo sem que se perceba. Nos preocupamos com idiotices do tipo: "olha como fulano engordou... também, não se cuida...", "nossa, você sabia que sicrano vai ser coordenador da pastoral tal? Você acha que isso vai dar certo?" ou, "beltrano não está indo nem a missa, tá 'dando mole' pro inimigo", ou ainda, " Fulaninho não comungou, né? Mas tava cantando na missa...". Ora, fecha essa matraca! Enquanto você fala mal dos outros, enquanto você passa a diante a sua opinião, talvez essa pessoa só precise encontrar o caminho de volta pra casa. Quem sabe um abraço ajude a reencontrar...um abraço! É, aquele que cura! São Francisco de Assis dizia aos seus filhos: "Pregai o Evangelho com vossa vida. Se necessário, use palavras."
É sabido que a Igreja é feita de homens e que o pecado está onde o homem está, mas isso não pode mais ser desculpa esfarrapada para que continuemos a condenar o próximo ao esquecimento só porque achamos que o pecado dele é maior do que o nosso.
Cada ser humano é um universo a ser explorado. Conhecer o outro e, a partir daí, amá-lo é um trabalho árduo, delicado mas, acima de qulaquer coisa, é fundamental para que continuemos a ser gente.

domingo, 31 de julho de 2011

Mentiras antigas parecem verdade

Parei um tempo pra pensar sobre os reais motivos que levam o ser humano a tomar certas atitudes que contrariam o propósito de sua criação. Atitudes suicidas, por assim dizer, já que o pecado leva à morte.
Já que fomos criados por Deus e devemos retornar a Ele,o que nos atrai tanto ao pecado? O que nos move a preferir as ações conhecidamente condenáveis e que nos roubam a paz, a alegria, a esperança? E, por que essas escolhas nos iludem e ficamos certos de que são as melhores decisões no momento em que as praticamos, dando-nos a impressão de que só existia aquela opção?
Encontrei a resposta à luz da pregação de um Padre muito querido que, através de suas palavras, acendeu uma lâmpada dentro da minha alma e me lembrou o obvio. Ele dizia que no momento em que resolvemos pecar, aquele que nos oferece a ocasião e as condições, nos sequestra a vergonha, o que acaba por tornar a visão turva, nos fazendo guardar a consciência num lugar "seguro". Nesse momento, disse ele, temos a falsa impressão de que o olhar de Deus não pode nos alcançar.
Depois do pecado cometido, o sequestrador devolve-nos a vergonha e acrescenta culpa, para que, da forma mais cruel possível, atentemos para o fato de que Deus viu o que fizemos e que não merecemos perdão.
Se formos analisar os fatos, a tática é antiga...Adão e Eva foram as primeiras vitimas.
Meus queridos, o pecado existe desde que ocorreu a primeira desobediência e, desde então, a serpente usa os mesmos recursos pra tentar nos convencer de que Deus nos rejeita por causa do pecado. E é justamente o inverso: por causa da falsa impressão de que somos rejeitados é que acabamos por rejeitar a misericórdia Daquele que nos ama incondicionalmente. Deus não despreza um coração arrependido. A culpa é o que sentimos diante dos homens, mas o arrependimento só se tem diante de Deus. Porque pensamos complicado, demoramos pra entender o simples.

Não nos iludamos com mentiras, por mais antigas que sejam. A verdade está na Palavra:

"(A Sabedoria) é o livro dos mandamentos divinos e a Lei que subsiste para todo o sempre. Todos aqueles que a seguem adquirirão vida, e os que a abandonam morrerão.
Volta para ela, Jacó e abraça-a. Caminha ao seu encontro, ao esplendor da sua luz. Ditosos somos nós, Israel, porque a nós foi revelado o que agrada a Deus" (Bar 4, 1-2.4)